Em sua infância pobre no Glicério, bairro de São Paulo, Carlos Eduardo Taddeo já percebia algo diferente dentro de si mas até então o garoto tímido não sabia nomear tal sentimento. Seus questionamentos pessoais surgiam quando via de perto o sofrimento de sua mãe, muitas vezes tendo que pedir esmola pra não deixar faltar nada, observando a violência ao seu redor de alguma forma sabia que nada daquilo era por acaso, na pré-adolescência começou a se envolver em pequenos delitos, tinha tudo pra ser mais uma vida se passando em branco na periferia, mas foi ouvindo o primeiro Rap que tudo mudou: "foi um divisor de águas" segundo o próprio Eduardo que ao escutar a música "corpo fechado" do Thaíde se interessou em fazer algo parecido e começou a escrever suas primeiras letras: "a primeira vez que escutei senti um impacto emocional, aquilo mexeu comigo" conta.
Não demorou muito para que o menino questionador descobrisse sua missão e começasse fazer valer um desconhecido sentimento que mais tarde viria à tona com força total, A SEDE POR JUSTIÇA. O rap chegou pra abrir a mente do Eduardo e fortificar sua ideologia, com o tempo foi mostrando a vontade de transmitir aquilo que havia adquirido de mais importante: o conhecimento, apesar de ter apenas a quinta série incompleta em seu currículo, foi capaz de clandestinamente se informar e procurar saber quem realmente era seu inimigo.
Dedicou-se a ser um rapper diferenciado, um militante ferrenho, compositor de letras de rap que injetam em quem as ouve o mesmo sentimento de inconformação, logo foi reprimido pelo sistema e teve um de seus clipes de nome " isso aqui é uma guerra" censurado, a repercussão foi grande mesmo assim pôs em prática o "Pacto vitalício com a favela" onde de forma inexorável afirma que jamais irá abandonar os seus.
Após ouvir conselhos de seu amigo e backing vocal Smith Edson para que registrasse em um livro toda sua visão acerca da guerra que muitos não assimilam, aos poucos foi aceitando a ideia de se inserir na literatura, dedicou anos escrevendo uma obra prima chamada "A guerra não declarada na visão de um favelado" quem leu pôde afirmar que o documento é um registro bem contundente e eficaz no que se propõe que é fragmentar a guerra civil contra as periferias e exemplificar com detalhes as ações do sistema.
Com o enorme respeito e prestígio conquistado em anos dedicados ao público do rap, estimulou seu público através da literatura marginal, com a chance de abrir um livro (pra muitos o primeiro) e se aprofundar em um forte campo de realidade , estimulou os manos com a convicção de que "cada livro aberto é um inimigo golpeado". Acaba de lançar seu segundo volume do livro que promete ser ainda mais libertador e continua levando a fantástica fábrica de cadáver através de shows e palestras por várias periferias do Brasil. Podem esperar sempre o melhor quando se tratar do Eduardo, afinal a mente de um revolucionário está em constante ebulição.
Atualmente a fantástica fábrica de cadáver
Massa Ítalo! Gostei da leitura, parabéns. Tenho certeza que você vai continuar trazendo assuntos bacanas, relevantes e de extrema importância para a gente. Continue com o blog, afinal ele está apenas começando. É nós, abraço, PAZ!!
ResponderExcluirLucas Rafael
Parabéns mano! Sucesso no seu blog,tamo junto. MT na cena...
ResponderExcluirMuito bom,que venha mais conteúdo.
ResponderExcluirmentes revolucionárias fazem acordar mortos vivos, para uma realidade em prol de evolução pessoal reconhecendo seus inimigos!!!
ResponderExcluirParabens pela matéria, é desse jeito.
ResponderExcluir